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Fabio Mota, Vice-Presidente de Tecnologia e Inovação da Raízen

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Fabio Mota, Vice-Presidente de Tecnologia e Inovação da Raízen, foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights AgTechs, lançado em abril de 2019. Durante a entrevista, ele falou sobre a criação do hub de inovação da Raízen (Pulse) e como tem sido o trabalho da empresa com startups do mercado agro e de outras verticais da economia brasileira.

O estudo completo está disponível para download neste link.

A Raízen é uma empresa brasileira atuante nas indústrias de produção de açúcar, etanol, transporte, combustíveis e geração de bioeletricidade, sendo a maior produtora de etanol do país e a maior exportadora individual de açúcar no mercado internacional. 

Fabio Mota é bacharel em Engenharia de Produção pela FEI, com MBA em Administração de Negócios pela FGV. Com passagens pela indústria de tecnologia e energia, atua como Vice-Presidente de Tecnologia e Inovação da Raízen desde 2018.
Confira a seguir a entrevista na íntegra:

 

Liga Insights (LI) – Como se deu a criação do Pulse e quais foram os desafios enfrentados por vocês?

Fabio Mota (FM) – Antes da criação do Pulse, a relação da Raízen com as startups era em um modelo tradicional, de cliente-fornecedor, mas tínhamos um problema: não sei se de maneira inconsciente, em uma concorrência de agendas, os grandes fornecedores pareciam sempre ter preferência. Nos questionamos se não estávamos deixando para trás oportunidades relevantes. Criamos o Pulse para transformarmos a relação que tínhamos com as startups, passarmos ter um papel muito mais protagonista e relevante no ecossistema de inovação. Optamos por iniciar esse processo focados no Agro, por ser um setor ainda com bastante oportunidade de amadurecimento. Além do desafio comum de todos os setores de encontrar os bons empreendedores, tínhamos como adicional, encontrar aqueles com soluções para o Agro, e mais, específicas para a cana de açúcar.

 

LI – Existe algum desafio dentro da Raízen que ainda não está sendo trabalhado com as startups?

FM – Há toda uma jornada até termos a solução realmente pronta, madura, testada e comprovada para podermos distribuir por toda nossa operação. Um exemplo são os dispositivos de IoT, rastreabilidade e monitoramento no campo. Já existem diversas soluções, mas ainda não são poucas as que se adequam perfeitamente em funcionalidade, estabilidade e custo. Acredito que enquanto as fintechs já estão buscando a ruptura exponencial, ainda há um campo vasto de oportunidade no Agro para usufruir das inovações incrementais. O ciclo de experimentação e validação do setor agrícola é muito mais longo. 

 

LI – Vocês acreditam que o ecossistema de amadureceu desde a criação do Pulse?

FM – Ainda há um espaço considerável para amadurecimento. Hoje vemos startups muito mais robustas chegando para a primeira conversa. Evoluiu bastante, mas ainda não estamos em um alto nível de maturidade. O setor de Agro é mais tradicional, então tem muita oportunidade e atividade manual que soluções relativamente simples, com baixo grau de inovação, podem ajudar a endereçar. 

 

Qual tem sido o foco do Pulse? Quais são os planos do hub para 2019?

O foco são os problemas da Raízen, mas, tomamos cuidado para não sermos míopes. Expandimos o raio de procura para o setor que estamos inseridos para não perdermos oportunidades. É uma relação ganha-ganha. Estamos aprendendo muito com os empreendedores e acreditamos que podemos contribuir igualmente também. Optamos começar a busca por soluções para Agro, porém aprendemos bastante nesse jornada, melhoramos nossos processos, nossas conexões e para 2019 estamos expandindo a atuação do Pulse também para nossos negócios de distribuição de combustíveis, postos de gasolina e lojas de conveniência.

 

Quais foram as lições aprendidas do relacionamento da Raízen com as startups?

A principal lição foi de que como o próprio nome já diz, uma startup é uma empresa começando e não uma grande corporação. Tanto a forma de se relacionar, trabalhar o entendimento de um problema, construção de uma solução, até passando pelos processos tradicionais das empresas de homologação, contratação deve ser diferente. Com as startups as palavras colaboração e diversidade são praticadas na essência.

 

Confira o estudo completo Liga Insights com o tema AgTechs!