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A utilização de digital signage e touchscreen no Varejo

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Afetar os sentidos humanos talvez seja um dos principais atributos e possibilidades que uma loja física possui. O tato, por exemplo, faz com que clientes ainda se interessem por realizar compras em lojas físicas. Como várias pesquisas mostram, os consumidores ainda precisam sentir e tocar produtos para que se sintam seguros antes de comprá-los. Além disso, muitos varejistas também têm apostado no impacto em outros sentidos do corpo, como audição, utilizando-se de som e músicas agradáveis no ambiente, e olfato, por meio de perfumes e essências que tornam as lojas convidativas. Além disso, apostar em comunicação visual digitalizada – digital signage ou digital visual merchandising – é uma tendência para a entrega de uma melhor experiência para clientes nas lojas físicas.

Digital signage: versatilidade e eficiência na comunicação

Como o próprio termo define, a sinalização ou merchandising visual digital representa uma tendência e ferramenta bem versátil, já que pode, por exemplo, por meio de uma tela, ser utilizada para anúncios digitais, conteúdos, propagandas tradicionais, mensagens ou outros meios visuais que sirvam como ponto de contato com as pessoas. E podem, também, no fim das contas, influenciar no comportamento de compra do consumidor.

De acordo com publicação da Shopify, 68% dos consumidores indicam que a utilização de sinalização digital os tornaria mais propensos a comprar produtos anunciados; 44% afirmam que isso poderia influenciá-los a comprar o produto anunciado em vez do produto que planejavam comprar anteriormente. Ainda conforme o post, em pesquisa realizada pela Nielsen com 120 estabelecimentos varejistas que utilizam de sinalização digital em suas lojas, descobriu-se que 80% deles tiveram um crescimento de aproximadamente 33% em vendas, em comparação a quando se utilizavam de comunicação impressa.

Uma startup focada em digitalizar o visual merchandising é a Eloopz, que fornece uma solução para gerenciar e monetizar telas digitais instaladas no varejo físico. Para os consumidores, envolvidos pelas mídias digitais em alta definição, a proposta oferece uma melhor experiência de compra; para o varejista, o objetivo é tornar a comunicação de produtos mais eficiente e atrativa para as marcas de fornecedores, para assim maximizar a receita com a venda de espaços dentro das lojas.

De acordo com Rafael Cordeiro, CEO e cofundador da empresa, a criação da startup se deu após uma percepção da ausência de tecnologia no processo de gestão de visual merchandising em lojas físicas. “Queremos ser parceiros estratégicos de varejistas inovadores para arquitetar, implementar e gerenciar o processo de digitalização da experiência em suas lojas. Nosso negócio é aumentar a receita e eficiência operacional do varejo com a nossa tecnologia e time de especialistas”, afirma Cordeiro. Apesar de um foco inicial nas grandes varejistas, a Eloopz oferece produtos também para as pequenas e médias redes. Segundo o CEO, o mais novo produto que a empresa oferece é um tablóide digital para farmácias e supermercados digitalizarem a comunicação de suas ofertas até a execução no ponto de venda.

A iniciativa utiliza telas touch de 10 a 49 polegadas para o balcão de medicamentos das farmácias e para o acesso principal de supermercados, como uma espécie de tabloide digital em movimento. A solução também possibilita a exposição de produtos de forma personalizada e a comercialização para fornecedores por meio da plataforma web B2B da Eloopz. Em relação à experiência dos clientes dentro da loja, segundo Cordeiro, a solução pode oferecer uma personalização de ofertas de produtos e um dinamismo maior à jornada de compra. “A partir de uma integração entre o CRM da marca e o CPF do consumidor, conseguimos analisar o perfil transacional, deduzir qual é a melhor oferta para ele, quais produtos estão com desconto, tudo isso de forma praticamente instantânea. É trazer a experiência do e-commerce para a loja física”, diz.

De acordo com o empreendedor, a mídia digital é mais atrativa do que a impressa e entretém mais o cliente em pontos de espera forçada, como filas de caixa. Além disso, existe também a possibilidade da utilização das telas como meio de compra, em que o cliente inicia e finaliza a transação de forma digital. Dessa forma, o cliente pode, eventualmente, comprar produtos que não estão em estoque na loja física e receber em casa. Criada em 2017, a Eloopz possui clientes como Raia Drogasil, O Boticário, The Beauty Box e Unilever. Para 2018, a expectativa é que a empresa dobre de tamanho.

Telas multitoque no Varejo

Outra iniciativa baseada nessa tendência é a Aqua, startup que oferece soluções para telas, totens e equipamentos touch screen para lojas físicas, para clientes que sejam desde pequenos negócios até grandes empresas. De acordo com matéria do portal Retail Dive, o segmento do varejo está entre os que mais movimentam o mercado de multi-touch screen, avaliado em US$ 6 bi em 2016, valor que deve chegar aos US$ 16 bi em 2023, segundo estudo da Research and Markets, citado na publicação. Conforme o mesmo estudo, aumentos nos investimentos em telas multitoque para aplicações emergentes devem gerar novas oportunidades no mercado, apesar da falta de disponibilidade de material e o alto custo de painéis às empresas.

A Aqua nasceu de uma percepção de que grande parte das decisões de compra eram feitas nas lojas físicas, nas quais havia uma dificuldade de conversão de clientes por parte das marcas. A partir disso, os fundadores enxergaram a possibilidade da utilização de tecnologia interativa, como forma de digitalizar o ponto de venda e otimizar os processos existentes.

O nosso principal ponto é melhorar o atendimento que é feito no ponto de venda e, consequentemente, aumentar as vendas. Isso pode ser feito pelo próprio cliente, com um auto-atendimento pelo totem, ou com o vendedor utilizando o equipamento. É uma mudança na forma de apresentar conteúdo, de interagir com o cliente. Para isso, nosso principal produto é o showcase, um catálogo interativo de produtos, que reúne fotos, vídeos, fichas técnicas, todas as informações que hoje são pulverizadas. Trazemos o mundo digital para as lojas físicas”, conta Fábio Assis, Diretor de Marketing na Aqua.

Atualmente, o modelo de negócio da Aqua é basicamente SaaS (Software as a Service), consistindo, segundo Assis, em 90% de software e 10% de hardware, este fornecido para que a solução disponibilizada seja completa, em pacotes que variam de 500 a 2 mil reais. Com faturamento anual de mais de R$ 1 milhão, a startup já reduziu o tempo de venda de alguns clientes em 50%, além do aumento de 30% em vendas e 20% no ticket médio.

A união entre físico e digital

No segundo semestre de 2018, a Onofre CVS Pharmacy, uma das grandes redes do varejo farmacêutico brasileiro, inaugurou sua primeira loja-conceito no Brasil, na Avenida Paulista. Com 46% de seu faturamento originado no e-commerce, a loja inaugurada possui todas as características de tecnologia e digitalização, utilizando-se de ferramentas que façam sentido na jornada omnichannel do consumidor, como telas interativas com informações de produtos, totens para atendimento, robôs para automatização de processos de distribuição e self checkout.

A unidade toda foi reformulada para valorizar o tempo do cliente, todas as mudanças são para melhorar a experiência do consumidor. Na loja-conceito, os consultores da Onofre, podem, por exemplo, finalizar a compra do cliente em qualquer espaço da loja, eliminando a necessidade de filas no caixa. Pensando em omnichannel, também aumentamos a abrangência, reduzindo o tempo de entrega e o custo para atender todo o Brasil, melhorando a comunicação com o nosso cliente”, afirma Joaquim Garcia, Diretor de TI da Onofre.

Fornecer conteúdo e informação é uma forma de melhorar a experiência de compra dos clientes e, consequentemente, aumentar o número de vendas. A CrownTV é uma startup americana, fundada em 2010, que oferece uma tecnologia de comunicação visual, entregando às empresas uma ferramenta digital para transmissão de conteúdo interativo e personalizado. Assim, torna possível, conforme descrição própria, a atração e engajamento de clientes e construção de conhecimento da marca. Além disso, oferece um dashboard, alocado em nuvem, para o agendamento e escolha do conteúdo a ser divulgado, como o perfil da marca no Instagram, Twitter, notícias, quizzes e outros, buscando criar uma experiência digital imersiva para os consumidores. Ainda, recursos de reconhecimento facial e escaneamento de código de barras oferecem insights e entregam soluções mais inteligentes para o Varejo e também outros segmentos do mercado.

 

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A Goomer foi fundada em Sorocaba (SP), em 2014, e fornece um sistema de autoatendimento por meio de cardápios digitais e totens para bares e restaurantes. Em uma rodada de investimentos, a Goomer captou R$ 3 milhões e atende marcas como Madero, Cacau Show e Kanpek.

A Eloopz oferece um software de digitalização do processo de gestão, venda e execução de visibilidade de produtos em redes varejistas. Fundada em 2017, faturou R$ 900 mil em seu primeiro ano. Atualmente, atende clientes como Raia Drogasil, Unilever, O Boticário e Coca-Cola.

A Beabloo foi fundada em 2008, em Barcelona, e, em duas rodadas de investimento, levantou € 10.4 milhões. Oferece soluções para digitalização de espaços físicos por meio de digital signage, analytics, marketing digital e beacons. Já realizou projetos com a Soft Bank, Shell, Asics, entre outros.

Criada em 2012, a startup Enplug possui clientes como GAP e Levi’s e já captou US$ 3.7 milhões em investimentos. Sua solução engloba um software de sinalização digital para transmissão de conteúdo interativo em telas de exibição, permitindo a integração com redes sociais da marca.