12 de setembro de 2022 Artigos

A tecnologia de geolocalização para atrair consumidores

Entenda como startups e inovações tecnológicas de geolocalização podem ser utilizadas para atrair mais consumidores para as lojas físicas.

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Tecnologias baseadas em localização são tendências no varejo, seja por meio de beacons, GPS, Wi-Fi ou NFC (Near Field Communication, ou comunicação por proximidade), visto que podem melhorar a experiência dos consumidores, aumentar receita e eficiência operacional e, também, atrair novos consumidores. Segundo informações da Accenture, é estimado que 75% das pessoas que possuem um smartphone utilizam seus dispositivos para conseguir informações em tempo-real sobre sua localização e mais de 50% para realizar check-ins. Ou seja, uma grande quantidade de pessoas mantém os serviços de localização habilitados em seus celulares; espera-se, para 2019, que existam mais de 2,5 bilhões de usuários de smartphones no mundo inteiro.

Um dos recursos mais interessantes da geolocalização no varejo é a possibilidade de impactar um possível cliente no momento e local certos. Assim, uma das combinações mais eficazes são as que unem tal tecnologia à análise de dados, de maneira que as empresas consigam ser mais assertivas em relação às necessidades de seus consumidores. De acordo com matéria da Fortune, por mais que ofertas baseadas em localização não sejam novidade para o mercado, a utilização de inteligência artificial e análise preditiva levarão a personalização a um outro nível, isso porque os algoritmos baseados em dados permitirão ofertas baseadas em comportamentos padronizados dos consumidores.

Entendendo o comportamento do consumidor

A In Loco é uma startup brasileira fundada em Recife, hoje com escritórios também em São Paulo, Rio de Janeiro e São Francisco. A empresa nasceu a partir da percepção de que havia poucas soluções de tecnologia usando de dados e localização para o varejo físico, ainda bastante representativo, apesar da ascensão dos e-commerces. “Criamos a solução para trazer métricas e dados do mundo físico para aumentar e influenciar o fluxo nas lojas. Isso por meio da utilização de dados de localização, de modo a interpretar o comportamento do consumidor fora do digital. Os lugares que o público frequenta são informações tão valiosas para o varejo físico quanto os dados que o e-commerce tem sobre o que o consumidor faz online”, conta André Ferraz, CEO da empresa.

Por meio da tecnologia de localização, a solução possibilita que as empresas sejam mais eficientes e assertivas em suas campanhas mobile, com base no comportamento do consumidor no mundo físico. Campanhas estas que tornam possível um impacto maior em um consumidor no momento em que ele estiver mais propenso a visitar uma loja.

Utilizamos dados anônimos, coletados junto a aplicativos parceiros, que capturam informações de forma autorizada pelos usuários desses aplicativos. Combinamos esses dados à tecnologia da In Loco e a sensores existentes no celular, como o acelerômetro, giroscópio e magnetômetro, os principais sensores responsáveis por localizar um smartphone em um espaço físico, com precisão indoor. Assim, torna-se possível impactar o consumidor de forma precisa, com a mensagem certa, no momento certo, mas sem chegar, jamais, à identidade ou dados pessoais deste consumidor”, conta Ferraz.

Segundo ele, existe uma necessária privacidade e segurança em relação aos dados coletados e utilizados do usuário; a tecnologia não permite que se chegue à identidade pessoal do usuário do device ou a coleta de dados pessoais como nome, CPF, RG ou e-mail. As informações permanecem anônimas e agrupadas em clusters segmentados em padrões de comportamento, de forma a facilitar o envio das mensagens que sejam mais relevantes para o contexto. A In Loco já realizou campanhas para grandes empresas no Brasil, entre elas O Boticário, Coca-Cola, Nespresso e Supermercados Guanabara.

Outra empresa que utilizou dos serviços da In Loco foi a Telhanorte, rede varejista de materiais de construção e reforma. De acordo com Pablo Oliveira, Gerente de Marketing na Telhanorte, as lojas físicas nunca perderão sua importância no varejo e a utilização da solução trouxe muitos ganhos de fluxo e atração para a rede. “O mundo físico ainda tem grande importância para nós, por isso, ainda pensamos em maneiras de atrair os consumidores até aqui. A ferramenta da In Loco, totalmente data-driven, confere a nós uma maior assertividade em relação a timing e jornada”, diz Oliveira.

Fora do Brasil, a Vectaury é uma startup francesa que oferece serviços especializados para o varejo e profissionais de publicidade e propaganda. Fundada em 2014, a empresa já captou mais de € 21 milhões, segundo informações do Crunchbase. A solução, descrita como uma “ferramenta data-driven que possibilita que marcas do segmento interajam com os consumidores durante toda a jornada e, assim, consigam gerar mais tráfego para as lojas físicas. O core business da empresa, é a publicidade mobile direcionada, buscando otimizar a performance de atração dos varejistas e gerando informações sobre o comportamento offline dos consumidores. Além disso, a Vectaury disponibiliza um software de marketing para tomada de decisões, baseado na grande quantidade de dados obtidos por geolocalização, de forma a fornecer insights para a execução de ações assertivas em relação aos clientes.

A tecnologia de geolocalização como conveniência

Tecnologias de geolocalização também podem ser utilizadas pelos consumidores por conveniência, em busca de locais próximos que atendam suas necessidades de compra. As procuras por estabelecimentos baseados em localização são comuns e, de acordo com o Google, representam 33% das buscas feitas por mobile. Além disso, pesquisas que unem palavras-chave como “comprar” e “próximo a mim” cresceram 500% entre julho de 2015 e julho de 2017, também conforme informações da gigante de tecnologia.

Em um estudo realizado em 2014 pelo Google, em conjunto com a Ipsos MediaCT e Sterling Brands, descobriu-se que 3 em cada 4 consumidores que encontram informações relevantes em resultados de pesquisa online se tornam mais propensos a se dirigir a uma loja física. Além disso, dos 6.000 usuários de smartphones entrevistados:

  • 74% afirmaram que informações sobre o estoque de um item em lojas próximas são muito ou extremamente úteis;
  • 66% consideram muito ou extremamente úteis informações sobre a localização da loja mais próxima que possui o item em estoque;
  • 59% se interessariam por um mapa que informasse quais lojas possuem um item específico em estoque.

A GoFind é uma startup brasileira de localização de produtos, procurando melhorar a cadeia de suprimentos no comércio e entregar mais praticidade e conveniência aos consumidores. Isso porque aqueles que vão até uma loja e não encontram o produto que desejam consequentemente se sentem frustrados.

Atualmente, as respostas que as empresas, principalmente da indústria, dão são muito vagas, a comunicação não é bem feita. Isso gera uma experiência muito ruim. O lançamento de um novo produto, por exemplo, gera uma desejo de compra no consumidor, mas ele não sabe onde encontrá-lo. É isso que a gente busca resolver, mostrando, baseado na localização do consumidor, quais são as dez lojas mais próximas que possuem chances altas de terem aquele produto em estoque”, afirma Fernando Farias, Cofundador e CEO da GoFind.

Segundo ele, é inclusive nos lançamentos em que a startup pode gerar muitos benefícios para as empresas, visto que se trata de um momento em que os produtos ainda não estão bem distribuídos e os consumidores procuram avidamente por eles. A saída de produtos das gôndolas também é um momento interessante nesse quesito, visto que às vezes cria uma base fiel de consumidores e passa a faltar nas lojas. Por um lado, os clientes buscam saber em que locais podem achar; por outro, o varejo quer que os produtos acabem para que possam ser substituídos.

Hoje em dia, a startup possui muitos clientes na indústria, mas a solução, de acordo com Farias, também é muito interessante para o varejo, visto que os dois segmentos estão diretamente interligados. Segundo ele, há um grande valor gerado para os varejos de vizinhança, pequenos e médios negócios, já que estes normalmente não estão no mapa ou no conhecimento da indústria, que normalmente prioriza as grandes redes.

No entanto, as regras também valem para os varejos de maior porte, já que estes estão sob as mesmas condições dos desejos dos consumidores. “Estamos realizando pilotos com os grandes varejos, porque eles também percebem que mostrar a disponibilidade dos produtos que eles têm em estoque é um motivador para as pessoas irem até a loja. O simples fato de expor a informação de disponibilidade de forma prática e acessível, seja pelo celular ou computador, já gera um engajamento com o cliente. Esse tipo de informações evita o overstock e o out-of-stock, responsáveis por grande perda de receita no mundo inteiro para as empresas, simplesmente porque algumas vendem mais e outras menos”, finaliza.

Saiba o que os profissionais de grandes empresas e especialistas estão falando sobre o tema em entrevistas completas aqui

A In Loco Media foi fundada em Recife (PE), que oferece uma plataforma com soluções baseadas em localização e tecnologia indoor. Em duas rodadas de investimento, captou US$ 5.8 milhões e possui cases com empresas como O Boticário, Coca-Cola e Pizza Hut.

A startup Flowsense oferece uma plataforma de inteligência e engajamento geolocalizado para aplicativos. Conecta o mundo mobile ao físico, permitindo a interação da empresa com o cliente. Criada em 2015, em São Paulo, atende clientes como Lojas Americanas e ChefsClub.

A startup francesa Teemo foi fundada em 2014, e é uma plataforma baseada em geolocalização, com o objetivo de geração de tráfego em lojas físicas por meio de publicidade mobile. Levantou, em duas rodadas de investimento, aproximadamente US$ 18 milhões.

A startup americana Grey Jean possui um software para predição e análise de comportamento de compra, possibilitando o envio de mensagens, baseadas em localização, para atrair consumidores para lojas físicas. A startup levantou US$ 2 milhões em uma única rodada de investimentos.

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