Ícone do site Liga Blog

Bárbara Rubim, Vice-Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR & Sócia Bright Strategies

Barbara ABSOLAR

Bárbara Rubim, Vice-Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR e Sócia Bright Strategies, foi uma das entrevistadas para o estudo Liga Insights: Inovação no Mercado de Energia, lançado em setembro de 2020. Durante a entrevista, ela falou sobre as perspectivas para o mercado de energias renováveis no Brasil.

O estudo completo está disponível para download neste link.

 Fundada em 2013, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) congrega empresas de toda a cadeia produtiva do setor fotovoltaico (FV) com operações no Brasil. Já a Bright Strategies é uma empresa de consultoria e advocacy dedicada a auxiliar empresas, governos e investidores no desenvolvimento e análise de projetos e modelos de negócio voltados para a geração distribuída de energia, sob uma perspectiva jurídica e regulatória. 

Graduada em Direito pela PUC Minas e com MBA em Finanças e Estratégias de Negócio pela FAGEN, Bárbara Rubim atua, desde 2016, no ecossistema de energia. Em 2018, assumiu a vice-presidência do conselho administrativo da ABSOLAR.
Confira a seguir a entrevista na íntegra:

 

Liga Insights (LI) – Como você enxerga o contexto atual do mercado de energias renováveis no Brasil? 

Bárbara Rubim (BR) – O setor vive um situação bastante difícil perante a Covid-19. Apesar disso, é um mercado extremamente sólido e que tem o necessário para assumir um papel de destaque na recuperação do país. Primeiro porque, em geral, os projetos de renováveis têm um tempo de entrega mais curto. Se a economia voltar forte e for necessário um planejamento energético a curto prazo, esses projetos podem ser aliados. O segundo ponto são os benefícios sociais e econômicos que elas podem trazer. As fontes renováveis são as que mais geram emprego por cada MW instalado. No momento em que o Brasil sair da pandemia e começarmos a pensar em pacotes de recuperação, é importante que os governos se lembrem desse fator de desenvolvimento social.

LI – O rastreamento de energias renováveis tem ganhado maior destaque no Brasil e no mundo. Quais as perspectivas para este segmento?

BR – Temos no setor elétrico três grandes tendências: descentralização, digitalização e descarbonização da geração de energia. Tecnologias como o blockchain, que estão inseridas no contexto do rastreamento, contribuem para o avanço de novos modelos de negócio no mercado conectados com os 3 Ds, incluindo as chamadas relações peer to peer – venda de energia de um consumidor para outro de forma direta. Outras tendências de trackers também tem o potencial de aumentar a performance das fontes renováveis. Todo este movimento está alinhado com tendências como o armazenamento de energia que devem trazer mais previsibilidade para a nossa rede elétrica.

LI – Pode comentar, um pouco mais, sobre as tendências de inovação no âmbito das energias renováveis?

BR – O armazenamento de energias renováveis é uma tendência muito forte. O carro elétrico também vai criar uma disrupção, pois vai atuar como agente de armazenamento nas residências. Os smart grids, outra tendência, irão propiciar que os consumidores tenham uma consciência maior sobre seu papel no setor, entendendo quanto custa consumir em cada momento e tudo isso deve trazer novas possibilidades de negócio. Falando da digitalização, vamos começar a ver no setor elétrico mais aplicativos que devem tornar o ambiente mais digital e prático para os consumidores.

LI – Como você enxerga o papel das startups dentro do mercado de energia?

BR – As startups têm um mercado de ouro no setor de energia. Faço mentoria para algumas startups e, na minha visão, são elas que estão realmente trazendo inovação para o setor elétrico. Muitas vezes elas enfrentam desafio de capital, mas têm conseguido se capitalizar porque o setor sempre atraiu atenção de fundos de investimento. Em nosso mercado, temos empresas muito grandes que, apesar da solidez, estão envoltas em burocracia para tomada de decisões. Neste contexto, acho que as startups têm tudo para se destacar. Como outros setores já mostraram, não são as grandes empresas que lideram movimentos de disrupção, são as mais ágeis.  As startups têm agilidade para responder aos anseios do consumidor e se adaptar às grandes transformações que o setor verá nos próximos anos.