Guilherme Schmidt, Diretor de Transportes do Magazine Luiza, foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights Logtechs, lançado em novembro de 2019. Durante a entrevista, ele comentou sobre o principais desafios para uma gestão eficiente de supply chain.
O estudo completo está disponível para download neste link.
Magazine Luiza é uma das principais empresas de tecnologia aplicada ao varejo do Brasil, contando com uma plataforma online e mais de 860 pontos físicos. Sua operação de e-commerce ganhou 12 vezes o troféu Diamante no Prêmio Excelência em Qualidade Comércio Eletrônico – B2C.
Liga Insights (LI) – Quais as vantagens das lojas-estoque, utilizadas pelo Magazine Luiza em sua cadeia logística?
Guilherme Schmidt (GS) – A grande vantagem é ter produtos já próximos do cliente. Sempre que eu consigo utilizar o estoque de nossas lojas, obtenho uma redução significativa de custos e de prazos. Por exemplo: se eu preciso fazer uma entrega ultra rápida em SP, faz todo o sentido utilizar o estoque de uma loja que esteja próxima do cliente para otimizar o last-mile. O grande desafio para que isso ocorra envolve tecnologia. Desde o controle do estoque – saber o que há em cada loja com um grau de precisão adequado –, até a gestão da malha de transporte (onde está nosso entregador, qual a melhor opção de transporte). É preciso haver uma integração perfeita do físico com o virtual. Conseguimos fazer isso muito bem e envolve grande parte do nosso esforço logístico atual.
LI – O Magazine Luiza tem investido para ser um provedor de tecnologia e serviços de logística. Pode comentar um pouco desse plano?
GS – Estamos criando um provedor de serviços logísticos chamado Magalog. A ideia é oferecermos a malha logística de transporte e os centros de distribuição que temos para nossas operações, também para os nossos clientes do marketplace. Ou seja, aquele pequeno comércio que faz parte de nossa rede também vai dispor de nossos serviços de logística, com a mesma qualidade, prazos e custos. Chamamos este modelo de “Magazine as a Service”.
LI – Como a empresa avalia a maturidade do mercado de startups voltadas para logística no Brasil?
GS – Testamos várias startups. A própria Logbee, adquirida no ano passado, começou com uma fornecedora na área de logística e estamos sempre muito abertos a conversar com Logtechs, acompanhando o mercado para quem puder oferecer soluções relevantes. Em termos de maturidade, pode-se dizer que hoje, temos um cenário muito mais maduro, com empresas que, de fato, entregam valor, que podemos chamar para trabalhar não apenas porque são startups, mas porque geram valor real para a cadeia logística.
LI – Quais as tendências tecnológicas que vocês têm acompanhado com mais atenção no âmbito da logística?
GS – Nos últimos anos buscamos aumentar nosso poder de controle e de visibilidade, por meio de ferramentas para visualizar as entregas em tempo real e soluções voltadas para o tracking de produtos. Agora que temos uma massa de dados gigantesca, acredito que as tecnologias que irão mudar a cadeia logística são sistemas de inteligência artificial capazes de me ajudar a tomar decisões de aprimoramento de malha e de melhor decisão de entrega.
LI – Na sua visão, quais os principais desafios que o país oferece para a gestão de supply chain?
GS – Infraestrutura, certamente, é o principal desafio do país. Desde a condição de rodovias até um modal híbrido que poderia ser mais eficiente. O país possui alguns lugares com boa infraestrutura, mas, em geral, quando saímos das grandes capitais, ainda temos de lidar com uma infraestrutura muito primária. Outro ponto é a segurança: sinistro de carga, roubos, etc. Se tivéssemos boas estradas e um menor risco de sinistro no Brasil, nossa rotina seria extremamente mais simples.
Confira o estudo completo Liga Insights com o tema Logtechs!