Rogério Sampaio, Diretor Geral do Comitê Olímpico do Brasil, foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights Sports Techs, lançado em março de 2020. Durante a entrevista, ele falou sobre o papel do COB na difusão da tecnologia no esporte.
O estudo completo está disponível para download neste link.
O Comitê Olímpico do Brasil ou simplesmente COB é a entidade máxima do esporte no Brasil. O órgão foi fundado em 8 de junho de 1914 e tem sede atual no Rio de Janeiro-RJ.
Liga Insights (LI) – Qual a sua visão sobre o ambiente de Sports Tech brasileiro e global?
Rogério Sampaio (RS) – Entendo que o mercado esportivo é uma grande oportunidade para o segmento de startups, uma vez que estamos falando de um produto que vem se aprimorando a cada dia, mas que, em contrapartida, necessita de inovação para acelerar este movimento. O segmento de startups, por sua vez, está em crescimento e deve trazer muitos benefícios, em especial, para os atletas. O principal desafio, neste contexto, é o desconhecimento, pois tudo que é novo, se não for testado e apresentar resultados práticos, pode ser rejeitado.
LI – O COB mantém parcerias com startups do país? Se sim, quais e qual o foco da(s) parceria(s)?
RS – Não temos parcerias diretas com startups, porém estamos atentos às oportunidades que possam gerar benefícios diretos para os atletas brasileiros que estão se preparando para as principais competições do mundo, incluindo as Olimpíadas.
LI – Quais as principais ações que o COB tem implementado para fomentar a difusão da tecnologia no esporte?
RS – O laboratório olímpico tem como uma de suas áreas a Tecnologia Esportiva, que busca oferecer aos atletas e seus respectivos treinadores, ferramentas que possam contribuir para a melhor preparação possível. Entre as ferramentas, temos programas de análise de imagens, estatísticas, etc. Além disso, outras áreas de conhecimento do laboratório olímpico apresentam equipamentos e materiais tecnológicos com foco nas avaliações de biomecânica, de fisiologia e de bioquímica. Cada vez mais o COB procura estar atualizado e com as principais tecnologias que possam beneficiar os nossos atletas.
LI – Ainda pensando em inovação no esporte, quais as principais iniciativas/soluções de startups o COB tem acompanhado e que benefícios acredita que elas podem trazer para o esporte?
RS – Temos visto um crescimento de startups que desenvolvem soluções baseadas no relacionamento entre todos os agentes esportivos, principalmente entre os atletas. Estas iniciativas tendem a trazer uma interação e modernização ao ambiente esportivo, e principalmente, um grande networking.
LI – E, por sua vez, como os stakeholders do universo esportivo (clubes, entidades esportivas, empresas e atletas) podem se preparar melhor para as mudanças tecnológicas no ambiente global dos esportes?
RS – É fundamental que todos os agentes esportivos possam estar cientes do que eles precisam para a solução dos problemas que eles encontram no dia a dia de seus atletas. Com o cenário identificado, será mais fácil analisar as soluções através das startups e, consequentemente, extrair maiores benefícios advindos da inovação.
LI – Na sua visão, como as startups podem contribuir com esse processo de transformação digital no ambiente esportivo e que passos elas devem seguir para aumentar seu grau de maturidade no mercado?
RS – É de suma importância que o mercado de startups tenha total conhecimento sobre o dia a dia do esporte no Brasil, para entender de que forma eles possam contribuir decisivamente. Conhecendo os problemas existentes e apresentando soluções capazes de apresentar resultados concretos, a tendência é o crescimento e aceitação por parte de todos.