Mário Vieira, Analytics Manager – Supply Chain & Capabilities na AMBEV, foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights EdTechs, lançado em junho de 2019. Durante a entrevista, ele falou sobre a difusão da educação corporativa nas empresas e quais serão as habilidades essenciais no mercado do futuro.
O estudo completo está disponível para download neste link.
A Cervejaria Ambev é uma empresa dedicada a produção de bebidas, detendo, atualmente, cerca de 68% do mercado brasileiro neste segmento. Com mais de 30 cervejarias em seu portfólio, o Grupo faz parte, desde 2004, da multinacional AB InBev, resultado da fusão com a empresa belga Interbrew.
Liga Insights (LI) – Como a educação corporativa pode contribuir com a formação de profissionais mais bem preparados para lidar com os desafios do mercado de trabalho do futuro?
Mário Vieira (MV) – A educação corporativa é o método que adotamos para disseminação desse conhecimento para acelerar a transformação digital dentro da Ambev. Não temos uma receita única para encararmos esse desafio, mas temos iniciativas que estão acontecendo em paralelo, seja por imersão total em método ágil, por meio de treinamentos semanais para equipes técnicas, plataforma de ensino online de analytics ou eventos descontraídos como Tech Talks, Coding dojo e Meetups. Nossa visão é que o mercado de trabalho no futuro está baseado em análise de dados, tomada de decisão rápida e plataformas digitais para funções mais operacionais. Com base nisso, temos que focar nessa transição, e levar o mesmo time que hoje passa 80% do tempo gerando base de dados para 80% em análise de resultados.
LI – Na visão da Ambev, quais serão as habilidades essenciais que serão exigidas dentro do ambiente de negócios nacional?
MV – Segundo Bernardo Novick (ex-VP Client Services / atual Head ZX) o futuro da Ambev será guiado por líderes que dominam e tem paixão pelo nosso negócio (cerveja), mas que conheçam muito de tecnologia. Esse tipo de mentalidade está se tornando cada vez mais presente em nossa empresa, mostrando que o nosso ambiente de negócios exigirá ambas áreas de conhecimento. As maiores habilidades estarão em conectar esses dois mundos e tirar o melhor resultado de cada.
LI – Que entraves precisam ser superados para que as grandes corporações adotem um modelo de difusão de conhecimento e promoção de novos skills dentro dos seus espaços de trabalho?
MV – O principal entrave está na mentalidade de nunca errar, sempre gerar lucros e resultados rápidos. Para inovar, temos que errar, experimentar e aprender. A difusão do conhecimento é encarada em grandes corporações como algo subjetivo, principalmente quando se tratam de novas skills. O limiar de aceitar um resultado ruim e aprender com os erros, é muito pequeno. Com base em nossa cultura, nunca estamos satisfeitos, mas temos agora que entender que para aprender coisas novas, existe uma curva de entregas que nem sempre é veloz. Após superarmos essa mentalidade, o novo se torna algo bom!
LI – Como a tecnologia pode contribuir para a aceleração e para o escalonamento dos processos de aprendizagem dentro das empresas e com os seus parceiros externos?
MV – Atualmente o melhor engajamento é baseado em deixar o usuário escolher a melhor forma de aprender. Pensando em escala, treinamentos online e reportes sobre tecnologia (pílulas de conhecimento) alcançam mais pessoas de forma geral, totalmente dependente de tecnologia. Porém, quando precisarmos de processos de aprendizagem personalizados, videoconferências e gamification são ótimos métodos para manter todos conectados, porém com materiais específicos. Por último, acreditamos muito que plataformas de comunicação podem revolucionar os métodos tradicionais de aprendizagem, com chatbots utilizando inteligência artificial para um ensino fluido e mais natural possível.
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