Alexandre Barreto, Diretor Executivo da Ellece Logística (Grupo Pandurata, Bauducco & Visconti), foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights Logtechs, lançado em novembro de 2019. Durante a entrevista, ele comentou sobre os desafios logísticos para o transporte e armazenamento de alimentos.
O estudo completo está disponível para download neste link.
A Ellece Logística é um operador especializado em movimentação, armazenagem e distribuição de produtos acabados. A empresa foi constituída em 2011, absorvendo todos os recursos e conhecimentos adquiridos ao longo de décadas das operações da Pandurata Alimentos Ltda, detentora das marcas Bauducco e Visconti.
Liga Insights (LI) – Quais os principais desafios para a gestão logística da indústria?
Alexandre Barreto (AB) – A cadeia logística é extensa. Neste sentido, é preciso que haja um planejamento de dados assertivo que considere variabilidades. Um segundo desafio é a infraestrutura – tanto física quanto dos próprios ativos das empresas – suas capacidades, tipos de caminhões, se possuem temperaturas controladas. Nossa estrutura tributária também acaba fazendo com que a logística fique muito mais complexa do que ela precisa ser. E o último desafio tem a ver com colaboração na cadeia, uma vez que nossa cadeia ainda é pouco conectada em termos de geração de trabalhos conjuntos. Há muitos pontos no quais poderíamos evoluir mais se existisse uma integração mais efetiva entre os players do mercado.
LI – Pensando no transporte de alimentos, quais são as etapas indispensáveis para diminuir as perdas e preservar a qualidade dos produtos?
AB – Os principais pontos envolvem as etapas de produção, armazenamento e rastreamento que permitem que toda uma operação possua os conhecimentos sistêmicos e processuais para garantir a saída dos produtos nas ordens corretas. Além disso, a infraestrutura dos caminhões e um maior controle desses ativos são fundamentais, para que eles estejam, por exemplo, na temperatura certa e para que possam ser mapeados ao longo da cadeia. Há também um grande desafio que precisa ser superado neste contexto: a logística, no Brasil, ainda não é muito automatizada. Há muito manuseio, o que acaba gerando maior dificuldade para enfrentar perdas.
LI – Os temas do armazenamento e da distribuição inteligente estão entre os principais tópicos da logística atual. Como enxergam a aplicação destes conceitos no Brasil?
AB – No Brasil, assumindo uma visão neutra, ainda estamos começando. Há muita coisa a ser feita. Automação para armazenagem se trata de um modelo ainda caro. Em empresas com a nossa, por exemplo, caminhamos rápido para a implementação deste modelo. Estamos trazendo torre de controle, monitoramento de veículos e fazendo aquilo que a tecnologia permite dentro de um planejamento inteligente de custos. O principal segredo da logística, em minha opinião, é executar bem o que já temos dentro de um planejamento eficiente.
LI – Na sua visão, qual o papel da logística dentro do ambiente de negócios atual?
AB – Cada vez mais a logística tende a assumir um papel central nos negócios, pois hoje sabe-se que a logística exige muito planejamento, capacitação e um entendimento mais amplo do negócio. A logística assumiu um papel central justamente por ser algo complexo e ao mesmo tempo decisivo para as empresas.
LI – Que oportunidades vocês enxergam de parcerias com o mercado de startups de logística?
AB – Existem dois pontos fundamentais para a Bauducco e a Ellece, unidades de negócio do Grupo Pandurata: um deles é o blockchain e o segundo a multicanalidade com o e-commerce, envolvendo entregas com pedidos cada vez menores, pulverizados. Há muita evolução tecnológica nessa área e estamos acompanhando. Nosso objetivo é utilizar soluções que nos aproximem, cada vez mais, do cliente final e nos auxiliem a resolver problemas reais, que fazem parte do dia a dia de nossa operação.
Confira o estudo completo Liga Insights com o tema Logtechs!