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Augusto Pinto, Especialista em Marketing e Sócio-Fundador do Grupo RMA

Augusto Pinto RMA

Um dos profissionais entrevistados para o estudo Liga Insights MarTechs, lançado em setembro de 2018, foi Augusto Pinto, Sócio fundador do Grupo RMA, uma das maiores agências de Gestão de Comunicação Corporativa do Brasil, contando com mais de 60 clientes em diversos segmentos de mercado. Fundado em 2011, o grupo tem reconhecimentos de mercado relevantes, como a conquista do prêmio Great Place to Work, o certificado de agência mais bem avaliada pela PR Scope Brasil 2017, entre outros.

Em entrevista exclusiva ao portal do Liga Insights, Pinto comentou sobre sua percepção quanto os impactos das inovações tecnológicas na área de Marketing, como as tecnologias podem impactar a maneira como as empresas interagem com seus consumidores, além de como a RMA tem acompanhado e implementado internamente essas mudanças.

Augusto Pinto é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e foi Gerente de Filial na IBM Brasil, CEO da SAP Brasil entre 1995 e 2000 e VP da América Latina na Siebel Systems. Desde 2001, é o CEO do Grupo RMA.
Confira a seguir a entrevista na íntegra:

Liga Insights (LI) – Como você vê os impactos das inovações na área de atuação da RMA?

Augusto Pinto (AP) – A inovação no nosso mercado passa por convencer ao nosso interlocutor, o CMO, que os serviços que oferecemos em marketing e comunicação agregarão valor ao seu negócio. Hoje o orçamento de marketing é escasso para serviços de melhorias apenas incrementais.

O CMO busca nos serviços que compra os seguintes atributos: melhoria no engajamento de sua marca com o público, facilitando a abertura de portas para novos negócios; apoio direto a vendas, onde os serviços de marketing devem contribuir diretamente com geração de leads para vendas, e contribuição para o aumento da eficiência operacional do marketing, com redução de equipes e custos. Se nossa proposta de serviços não endereçar a um desses pontos (ou todos), dificilmente a venda se concretiza.

Além disso, o desafio atual das agências de comunicação integrada, como a nossa, é construir plataformas de engajamento de público compatíveis com as expectativas da geração millennial. Esse processo de engajamento deve ocorrer, de forma cíclica, ao longo da jornada do cliente. Para se definir as melhores estratégias de marketing e comunicação é necessário colocar o consumidor no centro, visando o engajamento, venda e fidelização. É o consumidor que determinará os canais e os conteúdos a serem utilizados numa estratégia omnichannel.

LI – Nessa era de inteligência artificial, a tecnologia está mudando a maneira como o Marketing entende e interage com os clientes?

AP – O Marketing atual deveria ser baseado em inteligência cognitiva, no entendimento do comportamento do público e na análise de dados. No final do dia, o importante é transformar dados em informações estratégicas que darão embasamento para as tomadas de decisão. É fazer com que cada real colocado em uma campanha dê o melhor resultado possível para o negócio.

LI – Como vocês trabalham as tendências tecnológicas dentro da RMA?

AP – Acredito que nos próximos 10 anos o valor investido em plataformas tecnológicas de Marketing será muito maior do que os em plataformas de negócio, como as de finanças e vendas. Uma campanha de Marketing digital eficaz deveria utilizar plataformas de Martech (Marketing Technology) para otimizar o lançamento e a mensuração do resultado das campanhas. Sem isso será impossível relacionar os investimentos em Marketing aos resultados efetivos de negócios.

LI – Como a linha tênue entre publicidade e marketing foi afetada pela transformação digital das empresas?

AP – Para entender a situação é preciso comparar o Marketing e a publicidade atuais com o que ocorria no século XX. Até o final do último século era a criatividade, provida pelas grandes campanhas publicitárias, que direcionava  as demais ações de marketing. Com a mudança de comportamento do consumidor (refratário às grandes campanhas publicitárias, por rádio, TV e mídia impressa), o Marketing passou a ter a primazia de definir as melhores estratégias para engajar público e vender, com um viés cada vez mais digital. Essa mudança implicou obviamente na perda de renda de veiculação para as agências, que além do mais passaram a ser totalmente mensuráveis.

Um outro aspecto relevante é que as campanhas do século XXI, ao contrário do século passado, não se focam apenas na visibilidade da marca. As campanhas atuais devem apoiar o Marketing (branding), apoiar vendas e melhorar o customer care (pós vendas). 

Confira o estudo completo Liga Insights com o tema Martechs