Diego Silva Siqueira, Engenheiro Agrônomo e Assessor de P&D na InovaJab
Confira uma entrevista com Diego Silva Siqueira, Engenheiro Agrônomo e Assessor de P&D em AgroTech na InovaJab, sobre as novas tecnologias do setor agropecuário
Diego Silva Siqueira, Engenheiro Agrônomo e Assessor de P&D na InovaJab, foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights AgTechs, lançado em abril de 2019. Durante a entrevista, ele falou sobre a maturidade das novas tecnologias no setor agropecuário e como as AgTechs estão inseridas neste mercado.
O estudo completo está disponível para download neste link.
A InovaJab é uma incubadora tecnológica focada no agronegócio que oferece apoio jurídico, de capacitação, gerencial e de infraestrutura física para empresas de Jaboticabal e região.
Liga Insights (LI) – Como você vê a evolução das tecnologias no setor agropecuário?
Diego Silva Siqueira (DS) – Caminhamos para um cenário de transformação do trabalho e de novas habilidades, não só no setor Agro. Apesar de vivermos na Era Pós-Digital discutindo sobre a 4* Revolução Industrial, adoção de tecnologias como inteligência artificial, aprendizado de máquina e análise de big data, menos de 2% da indústria nacional se enquadra na indústria 4.0, segundo relatório da Confederação Nacional da Indústria. Outra informação interessante para exemplificar a relação da evolução tecnológica com o futuro do trabalho em Ciências Agrárias, foi apresentada no relatório do Fórum Econômico Mundial, publicado em 2018, apontando que com a revolução dos robôs serão criados no mundo quase 60 milhões de novos empregos até 2023. É um cenário otimista, mas ainda temos que refletir sobre como fazer essas transformações e adaptações de novas habilidades no mercado de trabalho em Agro.
LI – De que forma as startups estão inseridas nesse cenário e como podem contribuir para o setor?
DS – Muitas startups de agro vivenciam e investem na solução de desafios relacionados à transformação digital. É uma abordagem com foco na tecnologia, informação e comunicação para promover a transformação da estratégia, estrutura, cultura e processos de uma empresa. Entretanto, é preciso que as startups percebam e entendam pontos muito além da transformação digital. Para contribuir para o setor é preciso calibrar o radar tecnológico e ficar atento aos desafios e necessidades básicas do segmento. O caminho é estar atento aos canais de comunicação com o setor empresarial agro e outros órgãos que fazem articulações público-privadas, núcleos de inovação e tecnologia e agências de inovação, por exemplo. Se conectar nessa rede é importante não só para entender a demanda do setor, mas também criar e fortalecer conexões estratégicas para a tecnologia em desenvolvimento.
LI – Você acredita que a Agroindústria brasileira tem maturidade para lidar com o ecossistema de startups. Com a InovaJab enxerga esta questão?
DS – Existem empresas em diferentes graus de maturidades para transformação digital e inovação. Dados da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), um das principais agências de fomento do país em projetos tecnológicos, mostrou que para cada R$1 investido nos campos da agronomia e agricultura foram produzidos retorno de R$ 27 a 30. Brasil já mostrou ao mundo sua competência para explorar oportunidades em Ciências Agrárias e podemos seguir mostrando seu potencial para mudança tecnológicas.
LI – Qual o papel da InovaJab nesse cenário?
DS – O conhecimento gerado em Ciências Agrárias no Brasil contribuiu para a tropicalização da agropecuária, colocando o país no circuito do agronegócio mundial. Existem no Brasil cerca de 380 incubadoras cadastradas na Anprotec. Somente cerca de 5% delas têm foco na área de Agro e a InovaJab é uma delas. Estamos inseridos na Capital do Amendoim do Estado de São Paulo, e nascemos da vocação regional para bioenergia, além de ótimos indicadores de ciência, tecnologia e inovação da UNESP Jaboticabal em Ciências Agrárias. Somos uma incubadora de terceira geração, que oferece, além de infraestrutura, capacitação e treinamento, auxílio na criação e inserção em clusters com foco em agro. O cluster é um conjunto de empresas que favorece a sinergia e desenvolvimento, promovendo dinâmicas de cooperação e fortalecimento das relações empresariais.
Confira o estudo completo Liga Insights com o tema AgTechs!