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Adriana Kalinowski, Coordenadora de Projetos no Sebrae PR

As ConstruTechs na inovação do setor da construção civil

Adriana Kalinowski, Gerente de projetos setoriais no Sebrae Paraná, formada em Design de Produto na UFPR (Universidade Federal do Paraná), com MBA em Gerenciamento de Projetos- ISAE FGV, é consultora de negócios para os setores da construção civil e indústria. 

Com uma grande experiência no setor, publica artigos sobre ConstruTechs na comunidade do Sebrae, falando sobre tecnologias e inovações para o mercado imobiliário.

O Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, é uma instituição privada, que tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de empreendimentos de micro e pequeno porte.

Adriana Kalinowski desenvolve ações relacionadas a formação de governanças, desenvolvimento de ecossistemas de inovação, gestão de pequenas empresas para aumento da produtividade, formação de lideranças e novos modelos de negócios em Curitiba e no estado do Paraná.

Confira a seguir a entrevista na íntegra:

Liga Insights (LI) – Como você enxerga o mercado de construção civil, em termos de abertura para novas tecnologias?

Adriana Kalinowski (AK) – O cenário atual é propício para inovações e muitas das tecnologias que ganham destaque são voltadas para a melhoria na produtividade. Por exemplo, materiais mais inovadores e sistemas automatizados, ambos aliados ao progresso de uma área que preza por alcançar metas de menores prazos e maior sustentabilidade nos projetos. Além disso, acredito que, assim como as startups, a escalada do tema inovação no setor nos últimos 3 anos se deu de forma exponencial. As construtechs vieram e mudaram o mercado de construção.

LI – Quais são as principais tecnologias que as empresas do setor estão buscando?

AK – As mudanças no setor são constantes e, a cada ano, as tecnologias se reinventam. Algumas das demandas começaram a surgir a partir das tendências na Construção Civil, como é o caso do BIM. Uma tecnologia conhecida como Modelagem da Informação da Construção e que promove a redução de custos aliada a menores prazos e riscos de erros. A tecnologia oferece uma visão em 4D de toda área do projeto, até mesmo na fase inicial. Além dessa, a Realidade Aumentada (RA) chegou para substituir as maquetes mostrando que não há necessidade de usar cópias impressas para tornar a experiência dos modelos dos projetos mais palpável. Também é importante destacar a automatização de canteiros de obras, nesse caso “integração” é a palavra que resume tudo! A automatização traz uma gestão mais produtiva de equipes e do canteiro de obras, acarretando uma redução de riscos e sincronização de informações para o escritório em tempo real. Por fim, vale falar dos drones que permitem a realização de levantamentos topográficos e inspeções, acompanhamentos e levantamentos de obras.

Leia mais sobre o uso de tecnologias no setor de construção neste post

 

LI – O que é tendência na criação de novos materiais para o mercado de construção civil?

AK – A inovação na construção civil está em alta. Depois de um bom tempo com resultados negativos seguidos, este mercado voltou a crescer. A Biomimética é um dos exemplos bem interessante, pois visa estudar as estruturas biológicas e suas funções com o objetivo de aprender com a natureza e, então, aplicar tais conhecimentos na construção civil.

LI – De que forma o desenvolvimento de novos materiais pode ajudar a indústria de construção a tornar-se mais sustentável?

AK – Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção. Devido a esse cenário, o segmento considera bem-vindas soluções que assegurem a melhoria da gestão de resíduos aliada à criação de novos materiais. Por exemplo, soluções que são plataformas ou ferramentas desenvolvidas para conectar indústrias com empresas que enxergam resíduos do segmento como matéria-prima.

LI – E o que você enxerga de tendências para o futuro que podem influenciar o mercado brasileiro, no âmbito de novos materiais?

AK – A nanotecnologia em princípio é um novo material para o setor, no uso de partículas microscópicas com diversas aplicações. No ramo da Construção Civil, mais precisamente, ela pode ser aplicada em vários produtos. Por exemplo, o uso de nanopartículas em concreto pode resultar em massas mais resistentes e que não apresentam rachaduras com o tempo; a presença de nanotecnologia no aço pode trazer maior resistência à corrosão e melhor capacidade de solda; já a aplicação dessa tecnologia aos vidros permite criar uma camada anti-chamas em qualquer propriedade de vidro, protegendo o ambiente contra incêndios; por fim, a nanotecnologia ajuda na criação de revestimentos que impedem completamente a penetração de sujeira, favorecem a economia de energia, entre outros usos.

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LI – Qual a sua avaliação sobre as oportunidades de parceria entre startups e grandes empresas no mercado de construção civil?

AK – Programas de inovação aberta podem ser um caminho. No entanto, a grande empresa precisa estar preparada para entender a dinâmica da startup, bem como a necessidade de capital de giro e as dificuldades em conseguir investimentos para escalar o negócio.

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