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Conectando o ecossistema: o papel das startups para o fortalecimento do setor turístico

Saiba como a inovação pode ajudar as empresas nos momentos de baixa rotatividade econômica e expandir fronteira

Diferentes estudiosos do mercado atestam que, em cenários de crise, a busca pela inovação pode ser um fator crucial para que as empresas não só sobrevivam aos momentos de baixa rotatividade econômica, mas também para que criem novos caminhos para geração de receita e até mesmo se reinventem, seja dentro de seus setores de atuação, seja expandindo fronteiras.

Em entrevista para a Época Negócios, Peter Kronstrøm, líder do Copenhagen Institute for Futures Studies na América Latina (Think Thank dinamarquês que desenvolve estudos sobre o futuro da sociedade e da economia), compartilha desta visão, afirmando que, “quando há uma crise, temos de colocar todas as forças na inovação, porque a única resposta agora é criar novas soluções. Não podemos usar ferramentas antigas para solucionar problemas novos. Por isso precisamos inovar. Especialmente em tempos de crise, inovar é a única saída“.

Por sua vez, em reportagem recente do Diário do Nordeste sobre o cenário do coronavírus, diferentes especialistas comentam que “empresas que já tinham uma cultura digital, com rotina de trabalho e estruturas realmente digitais, saem na frente“.

Inovação aberta e suas oportunidades

Neste sentido, uma das rotas capazes de acelerar os processos de inovação dentro das empresas que buscam saídas para o contexto atual envolve projetos de inovação aberta e as parcerias com startups, as quais, em contrapartida, podem assumir um papel importante na conjuntura de retomada econômica global. Já em 2017, uma pesquisa da PwC indicou que a inovação aberta era o método mais utilizado por grandes empresas para guiar seus processos de geração de novas ideias – para além das tradicionais áreas de P&D. Ao todo, o estudo consultou 1200 companhias de todo o mundo, das quais, 61% das empresas afirmaram investir no modelo de inovação aberta.

Pensando especificamente no segmento de turismo, a PhocusWire, veículo americano que cobre tendências de tecnologia no mercado de viagens e hospitalidade, aponta que as empresas do setor precisam de departamentos de inovação ágeis para dar respostas à crise do COVID-19 e que tenham capacidade de se posicionar junto aos ecossistemas de startups para encontrar soluções eficientes, facilmente implantáveis, econômicas e que respondam suas necessidades mais urgentes e específicas.

Por sua vez, pensando no contexto atual da economia, as perspectivas para as startups atuantes no segmento de turismo ainda representam uma incógnita. Hoje, não podemos ignorar os efeitos da pandemia em um novo desenho deste mercado que, inclusive, vem passando por renegociações e construção de novos modelos de fundraising baseados em termos mais rigorosos, conforme explica outra reportagem da PhocusWire.

Vale salientar, no entanto, que estamos falando de um ambiente de negócios robusto e que tem capacidade para encontrar motores de recuperação. No segmento específico de viagens e mobilidade, por exemplo, só no Brasil foram movimentados – dentre 2010 e 2019 – US$ 794 milhões em investimentos de Venture Capital direcionados para startups, segundo dados da Lufthansa Innovation Lab. Globalmente, estes investimentos chegaram a US$ 142 bilhões no mesmo período, também segundo a Lufthansa.

Tecnologias em tempos de crise

Eduardo Busch, diretor executivo da VOEPASS Linhas Aéreas, reforça a relação intrínseca do setor de turismo com a tecnologia e acredita que, com a pandemia e a digitalização do consumidor, este movimento deve ser intensificado.

“O mercado do turismo como um todo já utilizava tecnologia para sua gestão e distribuição, desde as linhas aéreas até o sistema hoteleiro e de serviços. Com a pandemia, o turista passou a demandar ainda mais tais soluções. Neste sentido, acreditamos que o engajamento com novas tecnologias deverá se tornar cada dia mais presente na rotina dos viajantes“, ressalta Busch.

Dentro deste contexto, apesar do cenário ainda opaco para definições mais conclusivas sobre o futuro de curto e médio prazo das startups de turismo, ao analisarmos alguns cases recentes do mercado, podemos extrair alguns indicativos importantes que podem nos auxiliar nas respostas.

Temos, por exemplo, o caso da Airbnb, que reestruturou suas operações para superar o momento mais agudo da pandemia do coronavírus e se preparar para novos cenários de um turismo, possivelmente mais internalizado e baseado em comunidades locais.

Por outro lado, conforme indicado anteriormente, startups que respondem a dores imediatas do mercado de viagens e hotéis podem sair fortalecidas da crise e indicar novos rumos para o segmento. É o caso da startup americana Akia, que desenvolve ferramentas de comunicação contactless para a indústria de hotéis e recebeu, recentemente, US$ 1 milhão em investimentos do fundo GSR Ventures.

O sucesso da parceria 

Tais parcerias entre grandes companhias do setor turístico e startups podem ser um norte importante para o posicionamento das empresas de tecnologia atuante no mercado de viagens e de hotelaria também no Brasil. É o que conclui Marcelo Marinho, Diretor Executivo do ICH Administração de Hotéis (Intercity Hotels, Yoo2 e hi!), destacando algumas das oportunidades de parceria entre grandes empresas e startups no Brasil.

Avaliamos que há muitas oportunidades para a inovação aberta no Brasil, principalmente na área da distribuição hoteleira, precificação e gestão de receita. São áreas onde novos produtos disruptivos têm muito a contribuir. Existe ainda muito a ser explorado e o que está disponível ainda é muito custoso. Temos muito a caminhar neste sentido e novas startups com serviços focados no setor são muito importantes nessa jornada. Enxergamos as startups como grandes aliadas na inovação. Elas chegaram para transformar processos antigos e engessados em algo novo, facilitando nosso modo de viver“, diz Marinho.

 

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