ARTIGO DE OPINIÃO
Por: João Barros / Editor de inteligência e estudos de mercado na Liga Ventures
Raphael Henrique Augusto / Sócio e diretor de Insights na Liga Ventures
Se levarmos em conta que, em muitos casos, a inovação nasce como resposta a um problema, demanda ou desafio da sociedade, é possível supor que, ao nos depararmos com um cenário de crise, estamos diante de uma oportunidade para propor transformações significativas que podem mudar a forma como enxergamos um mercado.
Além disso, uma ideia falha, que muitas vezes se propaga no ambiente de negócios do país, é a de que o surgimento de novas tecnologias, depende, necessariamente, da abundância de recursos, quando, na verdade, estudos recentes indicam que, a inovação avança de modo mais eficiente em ambientes onde há restrição de recursos e limites estabelecidos que funcionam como um desafio criativo para as pessoas envolvidas neste processo.
Podemos perceber, por exemplo, como as pesquisas em prol da superação da pandemia do Coronavírus tem avançado a passos largos (basta pensarmos que o genoma da doença foi sequenciado em tempo recorde por cientistas brasileiros) mesmo diante das adversidades causadas pelo vírus.
O ambiente educacional brasileiro também tem sofrido com os impactos da pandemia do coronavírus, com aulas sendo paralisadas, por tempo indeterminados, em escolas e universidades do país. Mais de 54 milhões de estudantes (incluindo rede básica e ensino superior), tiveram suas rotinas alteradas em virtude da pandemia de COVID-19, segundo reportagem de março do Portal Exame.
Neste ambiente de indefinição, quarentena e de restrições, o segmento educacional brasileiro público e privado pode encontrar nas novas tecnologias, aliadas importantes para manter seu compromisso de educar jovens e adultos ao redor do Brasil. Dentro deste contexto, startups e empresas de tecnologia assumem um papel decisivo no sentido de propor soluções para o mercado.
Para além das plataformas de EAD e as soluções de gestão educacional, já bem inseridas no ambiente educacional brasileiro (mas que assumem um protagonismo ímpar no cenário atual), outras ferramentas podem ganhar destaque e, inclusive, contribuir para uma mudança nas dinâmicas de ensino vigentes no Brasil.
É o caso, por exemplo, das ferramentas de mobile learning, que podem atender populações em diferentes locais do país que utilizam o celular como principal forma de acesso a internet; de tecnologias assistivas e portais de cursos adaptados para comunidades de portadores de deficiência; de plataformas que contribuem para a difusão da leitura e aprendizagem dos chamados soft skills; e até de ferramentas mais sofisticadas que utilizam dados e gamification para a criação de jornadas personalizadas de ensino e aprendizagem.
O mercado brasileiro de tecnologia educacional já conta com soluções maduras dentro destes campos que, além de poderem contribuir com a promoção do ensino e da aquisição de novos conhecimentos neste período de quarentena; havendo abertura das instituições do ensino e do poder público, elas oferecem suporte para uma transformação genuína da educação no país e para a resposta para desafios como a evasão escolar, baixo engajamento de estudantes e modelos de ensino pouco adaptados à realidade dos estudantes brasileiros.
São respostas que podemos desenhar juntos, com apoio de educadores, especialistas e utilizando a tecnologia como um instrumento de apoio para uma verdadeira mudança.
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Fontes:
https://hbrbr.uol.com.br/por-que-estabelecer-limites-estimula-a-inovacao/
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/03/18/coronavirus-mec-autoriza-substituir-aulas-presenciais-por-ead-nas-federais-de-ensino-superior.ghtml
https://exame.abril.com.br/brasil/com-coronavirus-redes-de-ensino-enfrentam-paralisacao-e-aulas-remotas/
https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2020/03/estudo-de-mapeamento-do-genoma-aponta-que-coronavirus-sofreu-alteracoes-apos-chegar-no-brasil-ck88vm883083i01pqjufayrj7.html
https://insights.liga.ventures/estudos-completos/edtechs-educacao/
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Sobre o Follow-On:
Com uma rede que já conta com mais de 90 parceiros, o Follow-on é uma iniciativa organizada pela Liga Ventures que tem como objetivo reforçar a crença no ambiente empreendedor e de inovação do Brasil diante do cenário atual. O Follow-on quer contribuir para a discussão de uma Agenda Positiva de retomada, pautando as ações de inovação com startups como algo fundamental também em momentos de crise. A nossa rede está organizando uma série de apresentações de pitches de startups, conteúdos especiais, painéis com especialistas, cases estruturados, artigos de opinião, entre outros formatos para que possamos fundamentar ainda mais nossas decisões para uma Agenda Positiva de retomada.
Sobre a Liga Ventures:
Criada em 2015, a Liga Ventures é uma das maiores aceleradoras de startups do país e pioneira no mercado de aceleração corporativa e corporate venture, com parceiros como Porto Seguro, GPA, Banco do Brasil, Brink’s, Embraer, Mercedes-Benz, TIVIT, Saint-Gobain, Unilever, Vedacit, Souza Cruz, Suvinil, Bauducco, Ferrero, Colgate-Palmolive, Unimed FESP e Sodexo. A Liga também já acelerou mais de 200 startups nos ciclos de aceleração e criou mais de 25 estudos inéditos por meio do projeto Liga Insights, apontando startups que estão inovando nos setores de AutoTech, Retail, Tecnologias Emergentes, HR Techs, Health Techs, IT, Real Estate, Food Techs, MarTechs, AgroTechs, EdTechs, entre outros.