Bruno Erlinger, Head de Negócios do STATE
Confira entrevista do Insights com Bruno Erlinger, Head de Negócios do STATE, sobre o ecossistema de startups de Deep Techs
Bruno Erlinger, Head de Negócios do STATE, foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights: Deep Techs, lançado em agosto de 2020. Durante a entrevista, ele falou sobre o ecossistema de startups do mercado de inovação profunda.
O estudo completo está disponível para download neste link.
O State é um Hub de Inovação de São Paulo focado no mercado de Deep Techs e Economia Criativa.
Liga Insights (LI) – Quais as principais ações do STATE para fortalecer o ecossistema de deep techs do país?
Bruno Erlinger (BE) – O primeiro passo foi construir uma infraestrutura capaz de receber laboratórios e máquinas. Ao mesmo tempo, começamos a construir a relação com diferentes agentes do ecossistema. A partir da interação e colaboração com a comunidade, criamos duas iniciativas para fomento ao ecossistema de deep techs: o programa WhereScienceHappens e o laboratório Kori Bio. O programa reúne empresas de consultoria, fundos de investimento, parceiros de tecnologia, entre outros, para apoiarem o desenvolvimento de startups de base científica que ficarão alocados no STATE. Já o Kori Bio será um laboratório de biotecnologia de uso compartilhado onde startups e cientistas empreendedores poderão reservar horas para uso de máquinas e salas de laboratório.
LI – Qual a importância da chegada do La Fabrique no Brasil?
BE – BNP Paribas, Carrefour, Edenred e Ingenico se uniram para criar e fomentar o LA FABRIQUE, que é um centro de inovação dentro do STATE que tem como missão investir e acelerar empresas, startups e projetos de desenvolvimento e tecnologia no Brasil. Estas empresas de origem francesa somam suas forças para fomentar o grande potencial brasileiro de inovação e empreendedorismo, contribuindo para o surgimento de novos produtos, soluções e serviços alinhados às necessidades da sociedade. O STATE foi o local escolhido para abrigar a iniciativa para que o LA FABRIQUE possa ser parte integrante de um ecossistema, que permite o relacionamento e a troca de experiências com outros players, que têm o mesmo objetivo de desenvolver soluções e tecnologias para as suas necessidades.
LI – Como é possível trazer uma visão mais empreendedora para o universo da pesquisa?
BE – A grande maioria dos pesquisadores no Brasil não consegue dedicar grande parte do seu tempo à pesquisa por questões financeiras, seja por falta de funding para projetos ou pelo baixo valor de bolsas para pesquisa. Acredito que uma das coisas que mais contribuiu para o surgimento de novos empreendedores e os ajudou em suas jornadas foi a auto-organização de comunidades de empreendedores. Grupos de pessoas criando conexões, produzindo e compartilhando conteúdo, e trocando experiências de fracassos e sucessos.
LI – Na sua visão, quais as principais etapas para estimular a produção de inovação profunda?
BE – Acredito que uma etapa primordial para o Brasil é investir mais em educação e formação de talentos. Somado a isso, precisamos de mais investimento em infraestrutura tecnológica e laboratórios. Considero que conhecimento e infraestrutura são os dois pilares base para a produção de pesquisas de ponta e inovação disruptiva. Somado a isso, precisamos promover mais interação entre os diferentes agentes que compõem um ecossistema de inovação. As universidades precisam se abrir mais para grandes empresas e investidores, os cientistas empreendedores precisam se organizar e formar comunidades e o governo tem o papel de regulamentar e criar incentivos para o desenvolvimento de startups de base científica.